terça-feira, 31 de janeiro de 2012

poemas sortidos 9

teia

a teia tem duas funções
ela é bonita
às vezes até ela pode ser linda 
e ela serve de armário pra aranha guardar as coisas que vai comer

o que a aranha come pode ser um simples inseto ou uma microscópica lasca de filé mignon que alguém cuspiu falando de boca cheia quando estava jantando em sua casa

eu também tenho a minha teia
pois minha poesia pode ser bela
às vezes até de muitas e variadas formas
e ela
também serve para guardar aquilo que de certa forma meu corpo digeriu enquanto eu vivia e não percebia que estava devorando as lascas de file mignon que as outras pessoas sem querer deixavam cair enquanto falavam com a boca cheia

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

primeiros poemas 4

maré cheia

eu já fui pedra deste cais
hoje sou sal na maré cheia
aqui nesta vida nada se transforma
tudo se deforma
o sol é lindo
e eu me dissolvo nas águas

quando eu quebrar em qualquer praia
não quero ser gota deste mar que enjoei de navegar
quero ser onda que o mar traz
e me desafogar das águas que têm fim

eu já fui pedra deste cais
hoje sou sal na maré cheia
hoje sou água deste mar
pois esqueci de que sou homem
pra ser aquilo que é perfeito
e não procura a perfeição