meu deus
como acordar é difícil
levantar-se então
é um sacrifício
maior
deus meu
como de manhã o ar é pesado
e o corpo torto entorpe
sido
quando deitado
fica
talvez
seja muito mais fácil o ofício
daquele que não tem
que acordar de manhã
amanhã
talvez
seja muito mais fácil a vida
daquele que não faz
o menor sacrifício de ter
um ofício
ESTE blog contém poemas diversos que vêm sendo escritos e reescritos desde 1980 até a presente data NUNCA foram publicados MAS agora que fugiram da gaveta procuram leitores SEMELHANTES irmãos
sexta-feira, 31 de agosto de 2018
sexta-feira, 24 de agosto de 2018
iluminação
vivo a vida
aparentemente
nas alturas
sempre tentando subir
cada vez mais alto
buscando o melhor ângulo
procurando a melhor visão
sempre tentando subir
cada vez mais alto
cada vez mais alto
tentando subir
cada vez mais alto
para ver melhor
sempre melhor
sempre tentando aproveitar a brisa
morna para subir
o vento quente para voar
mas no fundo sei que
não sou pássaro subindo
mas pedra caindo
que tem a ilusão de estar subindo
aparentemente
nas alturas
sempre tentando subir
cada vez mais alto
buscando o melhor ângulo
procurando a melhor visão
sempre tentando subir
cada vez mais alto
cada vez mais alto
tentando subir
cada vez mais alto
para ver melhor
sempre melhor
sempre tentando aproveitar a brisa
morna para subir
o vento quente para voar
mas no fundo sei que
não sou pássaro subindo
mas pedra caindo
que tem a ilusão de estar subindo
quarta-feira, 22 de agosto de 2018
no meio do caminho
no meio do caminho
havia uma
havia uma
no meio do caminho
e nunca esquecerei
daquela
na sola do meu tênis
havia uma
havia uma
no meio do caminho
e nunca esquecerei
daquela
na sola do meu tênis
desejo guardado
havia um desejo que o assombrava
entre a porta do seu quarto
e as paredes do mundo
um desejo que não lhe dava trégua
entre a hora do banho
e a da novena antes da novela
entre os gatos e as mariposas
entre o que era belo e o que era feio
o que era passível de indiferença
e o que se escondia no fundo do quintal
dentro do que estava guardado na cristaleira da sala
sufocado pelo açúcar da sua consciência
amordaçado
entre o certo e o errado
o sim e o não
entre a porta do seu quarto
e as paredes do mundo
um desejo que não lhe dava trégua
entre a hora do banho
e a da novena antes da novela
entre os gatos e as mariposas
entre o que era belo e o que era feio
o que era passível de indiferença
e o que se escondia no fundo do quintal
dentro do que estava guardado na cristaleira da sala
sufocado pelo açúcar da sua consciência
amordaçado
entre o certo e o errado
o sim e o não
segunda-feira, 20 de agosto de 2018
o sonho tido como loucura
é imprescindível realizar os sonhos
assim como são tantos e devem ser escritos os versos
— como são perdidas minhas altaneiras vidas
se as passo a beira deste imenso deserto —
senhorita me dê a honra desta contradança
que o que sinto no vento é o perfume da glória
— o que ouço é o chiado da carne na banha
ou são aplausos pra minha grande vitória —
é desacidentada e me é inútil a vida
se nela não busco mais que o tesouro de Cuzco
e o desejo de ser mais que os meus próprios músculos
girando no interior de carrosséis indômitos
terei buscado — e esta será a minha razão —
mesmo que o balanço da viagem me cause vômitos
assim como são tantos e devem ser escritos os versos
— como são perdidas minhas altaneiras vidas
se as passo a beira deste imenso deserto —
senhorita me dê a honra desta contradança
que o que sinto no vento é o perfume da glória
— o que ouço é o chiado da carne na banha
ou são aplausos pra minha grande vitória —
é desacidentada e me é inútil a vida
se nela não busco mais que o tesouro de Cuzco
e o desejo de ser mais que os meus próprios músculos
girando no interior de carrosséis indômitos
terei buscado — e esta será a minha razão —
mesmo que o balanço da viagem me cause vômitos
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