ela disse-me assim
de debaixo
dos lençóis
você surge
como um sol
como um lírio num campo de urzes
como um grito num colóquio de vozes
me chamando
a mim
meu corpo
como um bezerro
que muge
quer o calor
da tua pele
e o marrom
da tua tez
e a insensatez de querer tudo
mais uma vez
mas já passa das dez
e o meu tempo
urge
ESTE blog contém poemas diversos que vêm sendo escritos e reescritos desde 1980 até a presente data NUNCA foram publicados MAS agora que fugiram da gaveta procuram leitores SEMELHANTES irmãos
terça-feira, 26 de setembro de 2017
sexta-feira, 11 de agosto de 2017
poemas após o branco 1
no metrô
o casalzinho ao meu lado
é jovem e belo
mas um dia envelhecerão
e a beleza
como todas as coisas
também um dia
se esvairá
minha mãe sempre me dizia
Jorge
você já nasceu velho
e eu em resposta rabugento
praguejava
resmungava
abanava com as mãos
e dizia pra ela
eu nunca vou envelhecer
o casalzinho ao meu lado
é jovem e belo
mas um dia envelhecerão
e a beleza
como todas as coisas
também um dia
se esvairá
minha mãe sempre me dizia
Jorge
você já nasceu velho
e eu em resposta rabugento
praguejava
resmungava
abanava com as mãos
e dizia pra ela
eu nunca vou envelhecer
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