eu sou um quadrado
quando olho em volta
só vejo cantos
quando ando em círculos
esbarro em quinas
quando olho para os lados
deitado na diagonal
eu só encontro repouso
de um outro ângulo
ESTE blog contém poemas diversos que vêm sendo escritos e reescritos desde 1980 até a presente data NUNCA foram publicados MAS agora que fugiram da gaveta procuram leitores SEMELHANTES irmãos
sexta-feira, 10 de julho de 2015
segunda-feira, 6 de julho de 2015
poemas da caixa de papelão 33
desejo
desejo não é velocidade
mas doce espera
de algo que acontecerá
em uma outra esfera
de tempo
quando não mais houver ferocidade
desejo não termina com um beijo
mas começa
e do começo não se pode ver o fim
mas haverá um fim
e este será quando tudo se consumir
a fome a sede o tempo o juízo
o balé
que se se realiza perfeito
planta mais uma vez o desejo
de um novo desejo
desejo não é velocidade
mas doce espera
de algo que acontecerá
em uma outra esfera
de tempo
quando não mais houver ferocidade
desejo não termina com um beijo
mas começa
e do começo não se pode ver o fim
mas haverá um fim
e este será quando tudo se consumir
a fome a sede o tempo o juízo
o balé
que se se realiza perfeito
planta mais uma vez o desejo
de um novo desejo
sexta-feira, 3 de julho de 2015
poemas da caixa de papelão 32
encontrei a mulher dos meus sonhos
na feira da quarta-feira
eu vi a cor dos seus olhos
e eram uns olhos de fogo
que me acendiam as bocas
e me chamavam para o amor
puxava um carrinho de feira
em frente à barraca de frutas
o sol ardia como fogo
nas laranjas douradas de fogo
quis me tornar seu escravo
instantaneamente para viver
o amor das entregas
das alegrias doces
da travessia da estrada do inferno
que me consumisse como o fogo do inferno
diante daqueles olhos de fogo
o amor dos maduros
atrás da barraca de frutas
o amor dos cheiros
atrás da carroça de temperos
o amor dos canibais
dentro do caminhão de peixes
o amor das verdades duras
que me consumisse como fogo
tentando apagar o seu fogo
durante muitas semanas
nas feiras das quartas-feiras
eu vi a mulher dos meus sonhos
e desejei os seus olhos de fogo
mas nunca entrei no seu jogo
pra ela
sempre serei um banana
na feira da quarta-feira
eu vi a cor dos seus olhos
e eram uns olhos de fogo
que me acendiam as bocas
e me chamavam para o amor
puxava um carrinho de feira
em frente à barraca de frutas
o sol ardia como fogo
nas laranjas douradas de fogo
quis me tornar seu escravo
instantaneamente para viver
o amor das entregas
das alegrias doces
da travessia da estrada do inferno
que me consumisse como o fogo do inferno
diante daqueles olhos de fogo
o amor dos maduros
atrás da barraca de frutas
o amor dos cheiros
atrás da carroça de temperos
o amor dos canibais
dentro do caminhão de peixes
o amor das verdades duras
que me consumisse como fogo
tentando apagar o seu fogo
durante muitas semanas
nas feiras das quartas-feiras
eu vi a mulher dos meus sonhos
e desejei os seus olhos de fogo
mas nunca entrei no seu jogo
pra ela
sempre serei um banana
quarta-feira, 1 de julho de 2015
poemas da caixa de papelão 31
olhos de paradoxo
meus olhos têm dois medos
um de noite outro de dia
de dia estão fechados
em eterna agonia
com medo da claridade
que o dia propicia
de noite estão abertos
procurando algum clarão
com medo da escuridão
com que a noite nos vicia
meus olhos têm dois medos
um de noite outro de dia
de dia estão fechados
em eterna agonia
com medo da claridade
que o dia propicia
de noite estão abertos
procurando algum clarão
com medo da escuridão
com que a noite nos vicia
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