limites
dentro de um coração em chamas
havia palavras que não se afogavam
palavras sujas
palavras benditas
palavras sobre palavras
palavras que se precipitavam
mas de repente passavam
pois nem sempre é dado tempo ao
que necessita de tempo
e mesmo o fogo que é fogo
um dia se apaga
dentro de uma mente brilhante
havia versos que se chocavam
mas no fundo o mundo
os queria mudos
e os ouvidos para ouvi-los
não se criaram
é sempre assim
quando se tenta dar palavras ao amor
do amor só se consegue calar
ESTE blog contém poemas diversos que vêm sendo escritos e reescritos desde 1980 até a presente data NUNCA foram publicados MAS agora que fugiram da gaveta procuram leitores SEMELHANTES irmãos
sexta-feira, 27 de março de 2015
domingo, 22 de março de 2015
poemas da caixa de papelão 23
do amor
a alma procura o outro
o amigo
a amante
percorre a cidade as ruas
sujas
incontáveis
escuras
à procura do outro
desce até o inferno
e mesmo ao céu
pode ser alçada
nesta vã tentativa
nesta louca empreitada
a alma
procura aquela que
ascenderá a vela
e iluminará o quarto
partilhando o espanto
e revelada a cura
manterá a calma
pois será o amigo
e será a amante
o corpo
é muito
por demais preguiçoso
mas é forçado a seguir
vivendo
nesta eterna loucura
nesta mesma procura
a alma procura o outro
o amigo
a amante
percorre a cidade as ruas
sujas
incontáveis
escuras
à procura do outro
desce até o inferno
e mesmo ao céu
pode ser alçada
nesta vã tentativa
nesta louca empreitada
a alma
procura aquela que
ascenderá a vela
e iluminará o quarto
partilhando o espanto
e revelada a cura
manterá a calma
pois será o amigo
e será a amante
o corpo
é muito
por demais preguiçoso
mas é forçado a seguir
vivendo
nesta eterna loucura
nesta mesma procura
terça-feira, 17 de março de 2015
poemas da caixa de papelão 22
dupla demência
1.
na praça
um pombo que passa
dá o ar de sua graça
e pousa em meu dedo
eu falo com ele
e ele me entende
lhe conto um segredo
e ele me entende
na praça
as pessoas que passam
talvez por ter pressa
até acham graça
talvez por inveja
elas não compreendem
um homem e um pombo
falando igual gente
2.
na praça
um homem que passa
me estende o seu dedo
e eu pouso sem medo
ele fala comigo
e eu não entendo
mas balanço a cabeça
talvez por ter pena
na praça
sobre nossas cabeças
há uma nuvem que passa
gritando os segredos
de infinitos milagres
e só eu a entendo
pois ela fala comigo
a linguagem dos ventos
1.
na praça
um pombo que passa
dá o ar de sua graça
e pousa em meu dedo
eu falo com ele
e ele me entende
lhe conto um segredo
e ele me entende
na praça
as pessoas que passam
talvez por ter pressa
até acham graça
talvez por inveja
elas não compreendem
um homem e um pombo
falando igual gente
2.
na praça
um homem que passa
me estende o seu dedo
e eu pouso sem medo
ele fala comigo
e eu não entendo
mas balanço a cabeça
talvez por ter pena
na praça
sobre nossas cabeças
há uma nuvem que passa
gritando os segredos
de infinitos milagres
e só eu a entendo
pois ela fala comigo
a linguagem dos ventos
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